sábado, 24 de dezembro de 2011

Ecos de uma vigília: noite mil vezes feliz 



Eis o dia tão esperado, anunciado por gerações e cantado por todas as gentes.
Os profetas de antigamente bem quiseram ouvir tal notícia.
Os reis de antigamente bem quiseram tocar naquilo que apalpamos de tal notícia. Os trovadores de antigamente bem quiseram ver o que suas rimas sempre cantaram de tal notícia.

Noite mil vezes feliz,
Noite das noites a primeira,
Noite de mil e uma, a única sem acaso e sem começo.

Eis o dia tão aguardado, cuja moldura dá a criação novo formato.
A humanidade escuta hoje o seu relato, imagem opaca que os profetas fizeram anúncio. A humanidade toca hoje o seu soberano envolto em trapos, figura opaca que os reis nunca imaginaram. A humanidade vê hoje o seu verdadeiro retrato, foto opaca que os trovadores sempre ensaiaram, mas nunca balbuciaram.

Noite mil vezes feliz,
Noite das noites a primeira,
Noite de mil e uma, a única sem acaso e sem começo.

Das ironias da história és a única que merece ser celebrada, porque,
Aquele que era esperado por todos e por tempos sem fim, parece chegar num completo improviso. Foste visitada e sem soar nenhum sino a noite era dia... tudo era plena folia. A festa apenas crescia e de dois coros um madrigal surgia.

Noite mil vezes feliz,
Noite das noites a primeira,
Noite de mil e uma, a única verdadeira.

A partir de um “Sim” humano a liberdade divina se fez ousadia;
Justiça e Paz afinam e inicia um novo canto que a todos convida.
O incrível ainda não se viu, pois quem chega há de partir, quem vai há de voltar, mas este que chegou nunca mais quis nos deixar.

Noite mil vezes feliz,
Noite das noites a primeira,
Noite de mil e uma, a única verdadeira.

Felipe Soriano

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