Mariologia popular em José de Anchieta: Da Virgem da Assunção – a “Conquistadora” – a “Tupansy” de Rerigtibá
Felipe de Assunção Soriano, SJ[1].
Resumo
José de Anchieta é o primeiro mariólogo
jesuíta, conforme a tese de José Maria Fornell (1997). A sua devoção à Virgem
Maria aprofundou nele traços decisivos da cultura portuguesa que influenciam o
seu imaginário e moldam a forma como ele viveu sua consagração religiosa na
Companhia de Jesus. Todavia, longe de ficar preso a esses arquétipos, se
inseriu nas culturas e costumes indígenas de tal maneira que sua mariologia foi
capaz de ser uma resposta aos desafios da Missão. Como bom teólogo que era,
operou durante toda a sua vida um processe profundo e minucioso de inculturação
de sua experiência marial, fazendo migrar da Maria do Conquistador para a Maria
dos aldeados. Tal processo de decolonização da sua própria experiência é o
primeiro passo que possibilitará, a partir do teatro e de outros instrumentos
catequéticos, a retomada do projeto missionário jesuíta tendo na figura da Mãe
de Deus (a Tupansý) um modelo mais bem-acabado da meta
cristã. Será na Missão de Rerigtibá, com o Auto
da Assunção, que José de Anchieta operará vários processos de
descolonização e ressignificação de sua experiência marial.
[1]
Padre da Companhia de Jesus e
Mestrando com pesquisa em Teologia sobre o Teatro de José de Anchieta na Missão
de Rerigtibá e sua Mariologia Popular pela UNICAP. felipeassj@yahoo.com.br
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