terça-feira, 1 de dezembro de 2020

 

Mariologia popular em José de Anchieta: Da Virgem da Assunção – a “Conquistadora” – a “Tupansy” de Rerigtibá

 


Felipe de Assunção Soriano, SJ[1].

 

Resumo

José de Anchieta é o primeiro mariólogo jesuíta, conforme a tese de José Maria Fornell (1997). A sua devoção à Virgem Maria aprofundou nele traços decisivos da cultura portuguesa que influenciam o seu imaginário e moldam a forma como ele viveu sua consagração religiosa na Companhia de Jesus. Todavia, longe de ficar preso a esses arquétipos, se inseriu nas culturas e costumes indígenas de tal maneira que sua mariologia foi capaz de ser uma resposta aos desafios da Missão. Como bom teólogo que era, operou durante toda a sua vida um processe profundo e minucioso de inculturação de sua experiência marial, fazendo migrar da Maria do Conquistador para a Maria dos aldeados. Tal processo de decolonização da sua própria experiência é o primeiro passo que possibilitará, a partir do teatro e de outros instrumentos catequéticos, a retomada do projeto missionário jesuíta tendo na figura da Mãe de Deus (a Tupansý) um modelo mais bem-acabado da meta cristã. Será na Missão de Rerigtibá, com o Auto da Assunção, que José de Anchieta operará vários processos de descolonização e ressignificação de sua experiência marial.

 Palavras-chave: Portugal, Devoção, Missão, Teatro, Mariologia.


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[1] Padre da Companhia de Jesus e Mestrando com pesquisa em Teologia sobre o Teatro de José de Anchieta na Missão de Rerigtibá e sua Mariologia Popular pela UNICAP. felipeassj@yahoo.com.br

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