domingo, 17 de abril de 2011

Crônica: Peleja do home apegado (E.E. 149-160)

(Introdução) Vejo um impasse... e quero resolvê-lo enquanto não é tarde, pois não é possível ver Deus e o diabo em tão fina matéria. Senhor, salvai o pobre que está em mim, porque ele só encontra conforto em ti. E salvai o rico que está em mim, que só tem por inimigo a si. Olhai, agora, e veja como eles se acusam. O que fará esse homem para receber menor culpa?!

(Prece do pobre) Ó meu Jesus, que foste pobre nas brenhas da Palestina, lembre-se de nós nesta severina vida... não por ser pobre, santo ou humilde, pois de fato eu não sou nada disso. O meu maior pecado foi ter adquirido um maledito sem utilização. Agora, vejo a minh’alma descendo aos infernos por dois mil reis de tustão. Tudo porque não coloquei primeiro a tua causa entre as minhas preocupações. Senhor, o meu erro é grande, mas dá tempo para acertar. Quero resolver essa conta logo antes que o rico comece a rezar.

(Prece do rico) Ó meu Jesus, que aos homens deste tudo e ao fraco e ao forte garantiste a “mais valia”. Hoje quero sem demagogia não me explicar mas defender a minha tesina. De minha parte minh’alma esta tranquila... Contudo, desde que conserve uma garantia. Senhor, não estou confundindo nada, pois ficando aonde estou e tu não fazendo questão, continuas sendo a minha Salvação. Como vês não tenho nada a resolver contigo e se tenho espero matá-la antes de ver a porta do paraíso.

(Desfecho) Olha só, que sinuca de bico! Deste jeito até Deus se coloca em perigo! Como vejo não é possível este homem por um acerto se vê resolvido, pois como pode: mesmo querendo buscar o Divino, ser pobre e ser rico para ter em Deus o seu destino? Vejamos o que dá para fazer, pois um está disposto a dar o que não tem e o outro não abre mão pra ninguém. Precisamos fazer uma conciliação, porque rico e pobre são o mesmo homem que busca a Salvação... A saída mais fácil é perguntar a Deus o que se faz nesta situação.
Felipe Soriano, SJ

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