domingo, 10 de abril de 2011

Formação “Ano Litúrgico A” - Ano dos catecúmenos.

O Ano Litúrgico é a experiência que configura o tempo humano ao tempo divino, de forma dinâmica, não olhando apenas para o passado, mas, para o futuro, na perspectiva do eterno, fazendo do passado e do futuro um eterno presente, o "hoje" de Deus, pelo sinal sacramental da liturgia (Cf. Sl 2,7; 94(95)7; Lc 4,21; 23,43). Nessa perspectiva celebramos o centro de nossa fé, o Mistério Pascal, neste duplo movimento: “A vida de Cristo em nossa vida e a nossa vida na vida de Cristo”.


Desde os primórdios, a Igreja sempre usou abundantemente a Palavra de Deus na liturgia; com destaque especial ao tempo Quaresmal (Ano A), cujo evangelista principal é Mateus “Evangelho do discipulado”. Nesse contexto, o tempo da Quaresma é o momento por excelência para a formação dos catecúmenos (os adultos que desejam receber o Batismo na Vigília Pascal), porque toda a Igreja renova a sua confissão de fé na morte e ressurreição de Cristo. As primeiras comunidades sempre recorreram a esses textos para a formação dos catecúmenos, fato, que ainda é válido para nós, hoje.


As leituras da Quaresma do Ano A constituem uma fonte preciosa na vida da Igreja, pois nos conduzem ao centro do Mistério Pascal. A tentação de Jesus quer nos ensinar algo verdadeiramente importante: O reino de Deus combate as estruturas de morte de nossa sociedade, denunciando os ídolos e nos chamando à conversão (Mt 4, 1-11). Contudo, é Jesus quem primeiro cumpre a promessa, chamando-nos ao seu seguimento e dizendo: “Não tenham medo!” (Mt 17,1-9). Para aqueles que acolhem a sua Palavra nascerá neles uma fonte de água que jorra para a vida eterna (Jo 4,5-42). Jesus é a luz do mundo, pois se ele não viesse da parte de Deus não poderia fazer o que faz, diz o cego. “Eu vim a este mundo para exercer um julgamento, a fim de que os que não vêem, vejam, e os que vêem se tornem cegos” (Jo 9,1-41). Na ressurreição de Lázaro, a comunidade se torna sinal da vida nova iluminada na Graça do Cristo, porque Jesus é a vida plena e a ressurreição (Jo 11,1-45).


Nesse itinerário, toda a Igreja é convidada a renovar a sua fé renunciando a satanás e todas as suas obras para viver como filhos de Deus em comunidade (Renovação das Promessas do Batismo – Vigília Pascal). Contudo, é necessário passar da cegueira à visão, pois um mulçumano, por exemplo, nunca dirá que é um fiel não praticante. Portanto, é necessário entrar no seguimento, tornar-se discípulo de Jesus ainda hoje.


Felipe Soriano, SJ

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